O processo de privatização dos correios tem se tornado uma pauta forte do governo do presidente Jair Bolsonaro e é um assunto discutido no congresso nacional pelo ministério da economia. Embarcadores que trabalham com este modal olham para o desfecho deste tema com muita atenção. Continue lendo e saiba mais!
Com operação em 5.570 municípios, os correios possuem uma abrangência de 100% sobre o território brasileiro e com isso tem sido um fornecedor em destaques para alguns embarcadores, principalmente o mercado eletrônico, do qual 92% das lojas trabalham com este modal.
Discussão atual sobre a privatização dos correios
O nível de abrangência da sua malha logística custa caro. Nas prestações de conta efetuada pela estatal, mostra que nos anos de 2013 à 2016 a empresa gerou um déficit de 2,3 bilhões. O ex presidente dos Correios, General Juarez Aparecido de Paula Cunha, comenta que das 5570 cidades atendidas pelo Correios, apenas 341 de todos os municípios são pontos lucrativos, ou seja, 93% dos pontos de atuação dão prejuízo à empresa estatal.
Além das contas negativas, outro argumento favorável a privatização da empresa é o número de reclamação de seus usuários. No ranking do site Reclame Aqui, um canal utilizado para expressar o nível de satisfação dos consumidores. A estatal aparece na posição de décimo lugar com pior nível de atendimento, com fortes reclamações sobre prazos de entrega, frete abusivo e extravio de mercadoria.
Vale destacar que os Correios cumprem um papel importante para sociedade brasileira. Por ter sua malha logística tão grande ele enfrenta a continentalidade do território brasileiro, desempenham a importante tarefa de integrador nacional. Assim a estatal conecta pessoas e organizações onde quer que estejam e também garante à população o acesso à cidadania, por meio da obtenção de diversos serviços do governo em um único lugar.
É claro que uma privatização é complexa e envolve vários obrigações ao seu comprador. Por conta disso, o futuro dos Correios e Telégrafos é incerto e gera muitas dúvidas para aqueles que necessitam de seus serviços. Neste artigo buscamos fazer possíveis suposições de algumas consequências da privatização dos Correios para embarcadores:
Redução da Malha
Com a empresa sendo privatizada, o seu principal objetivo agora é ter margem de lucro, com isso, manter sua malha tão grande pode ser inviável. Certamente o comprador da estatal terá como principal objetivo reduzir prejuízo, isso implica na redução dos vários pontos de operação que não geram lucro. A consequência disto é o aumentando o transit time ou extinção dos serviços para várias regiões.
Comodidade
Os correios oferecem uma grande facilidade aos médios e pequenos negócios que possuem carga fracionada. Após o despacho, o correio realiza um papel de ‘’operador logístico’’, gerenciando a mercadoria, repassando o rastreamento até o seu destino final. Com sua privatização, algumas empresas que operam neste formato precisaram gerenciar seus fretes, executando negociações, status de entrega e nível de serviço prestado pelos seus fornecedores.
Privatização dos correios transforma a distribuição fracionada
Com o fim dos correios vamos ter um problema ainda maior no que se refere a entregas em lugares mais remotos. Por esse motivo o mercado terá que se adaptar, buscando outras formas de realizar o envio para estes locais sem um custo tão elevado.
Algumas alternativas serão utilizar linhas de ônibus para transporte de mercadorias ou explorar um conceito que vem ganhando força, os pontos de retirada. Nesse cenário o consumidor cliente compre um produto no e-commerce, mas retire em uma loja física, que pode ser tanto da mesma marca do e-commerce, como de qualquer outra empresa, inclusive pequenos comércios ou pontos de venda, desde que previamente credenciados.
Concorrência de preços
Com o fim do monopólio da estatal, podemos ter uma abertura maior do mercado, gerando concorrência, o que na maior parte das vezes gera uma melhora nos valores ofertados pelo mercado. Além disso, segundo estudo recente, a Empresa Brasileira de Correios já sofre uma pressão, visto que seus concorrentes são mais fortes e inovadores e conquistam mercado para empresas privadas nas entregas do comércio eletrônico.
Nível de Serviço
Com os embarcadores gerenciando seu transporte, o nível de serviço nas entregas pode sofrer melhorias significativas. Com um mercado exigente e aberto a concorrentes, a tendência é o consumidor, ao poucos, conseguir prazos e valores de frete mais atraentes para suas compras.
Para embarcadores que dependem da empresa para manter sua estratégia de abrangência nacional no mercado, a privatização dos correios é peça essencial que pode gerar um impacto extremamente significativo. Uma solução para isso é avaliar seu formato de operação, não depender de um único parceiro logístico e explorar formas de negociação, seja por BID, Cotações SPOT ou cotações contratos.
Não depender exclusivamente de um único transportador para atender sua operação, pode aumentar sua força nas negociações. Bem como, deixar sua operação dentro das boas práticas de preço no mercado de transporte. Além disso, desbravar outros modais, como o aéreo, certamente provocará um diferencial em sua operação.
Além disso, o gerenciamento mais estratégico da logística por parte do embarcador pode ser um aliado significativo no aumento do faturamento. Principalmente no mercado eletrônico. Segundo a E-commerce Brasil, cerca de 90% dos consumidores já deixaram de efetuar uma compra por conta dos prazos e valores do frete.
Este cenário deixa mais claro para embarcadores uma tendência de mercado já existente. Visualizar a logística cada vez mais como uma aliada estratégica no aumento de faturamento e fidelização de clientes. Com um mercado se tornando mais exigente, o transporte se transformou em um diferencial competitivo de nível de serviço. Isso torna latente a necessidade de os embarcadores assumirem a gestão do transporte de sua logística.
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