Uma das tecnologias que vem revolucionando o mercado de transporte e distribuição, e incentivando o desenvolvimento de novas práticas logísticas, é o blockchain, uma base de dados descentralizada que reúne o registro de ativos e transações ao longo de um rede peer to peer onde são compartilhadas informações e arquivos.
Como funciona o blockchain
O blockchain é formado por uma cadeia de blocos pública e universal que permite realizar e documentar transações online em um ecossistema seguro: todas as informações inseridas na rede são protegidas por criptografia. Sem a necessidade de intermediários, os bancos ou tabeliões, por exemplo, são substituídos por algoritmos e toda transação possui uma assinatura digital que assegura sua autenticidade.
A tecnologia pode ser acessada por qualquer computador de forma rápida e é totalmente livre de fraudes: toda informação que entra na rede pode ser visualizada pelas partes envolvidas – o próprio sistema concede às partes interessadas o acesso ao banco de dados e ao arquivo em questão. Não há como rastrear quem adicionou, porém, todos aqueles que fazem parte do bloco podem verificar sua validade.
Uma aplicação interessante do blockchain são os contratos inteligentes e virtuais, conhecidos como smart contracts. Eles funcionam como um contrato normal e a única diferença é que são autoexecutáveis, ou seja, não precisam de entidades para intermediar ou validar qualquer negociação ou transação
Blockchain na cadeia de suprimentos
O blockchain tem a capacidade de tornar tarefas mais ágeis e eficientes. No cenário logístico, essa tecnologia ganha espaços aos poucos e vem conquistando aqueles que desejam simplificar e acelerar processos e eliminar questões burocráticas que envolvem a cadeia de suprimentos.
Durante a rotina de uma embarcadora é possível usar o blockchain para vencer os altos níveis de burocracia que envolvem as contratações de transporte. Isso porque, além do contrato estar no formato virtual (os já citados smart contracts), não existe a dependência de terceiros para validação da veracidade das informações – o valor do documento é verificado pela própria rede de pessoas do bloco. A Wells Fargo e o Commonwealth Bank of Australia usaram os contratos inteligentes para enviar algodão dos Estados Unidos para a China, por exemplo.
Cadeia de suprimentos e as criptomoedas
Outras forma de explorar a tecnologia é na documentação de eventos, como transações relacionadas a produtos e entregas. Por meio do blockchain é possível facilitar qualquer registro contábil da cadeia de suprimentos, ou seja, você também pode trocar aportes de dinheiro entre partes envolvidas em uma parceria.
Quando nos referimos a questões financeiras nesse meio não podemos deixar de citar as famosas criptomoedas, ou moedas virtuais, um meio de troca que pretende substituir a moeda em papel e funciona com base no blockchain. O bitcoin é a mais conhecida delas e vem ganhando força em escala global, atingindo recordes de valorização nos últimos anos.
Na logística, a criptomoeda pode ser usada para impedir gastos duplos em negociações e evitar fraudes em transações. Devido a transparência e segurança do blockchain, algumas empresas já adotam a prática e fazem transações por meio da moeda. Uma companhia marítima ucraniana, a Varamar Ltd., já aceita pagamentos em bitcoins. O principal objetivo é facilitar aquelas negociações que envolvem clientes de países com dificuldades legislativas, além de passar por tratativas com menos papeladas do que exigem os negócios bancários tradicionais.
Outro exemplo são as aplicações de blockchain para o transporte de contêiner mais rápido e transparente. A IBM é uma das pioneiras no uso da tecnologia com esse fim. Em conjunto com a Maersk e por meio rede Hyperledger – um livro razão que suporta transações de indústrias globais – realizou recentemente uma remessa experimental do transporte marítimo com uso de blockchain: a carga saiu da empresa francesa Schneider Electric, em Lyon, na França, para Newark, Nova Jersey, por meio de Roterdã, cidade dos Países Baixos com o maior porto marítimo da Europa. Todos os documentos e autorizações – que envolvem o processo desde a emissão da ordem de compra até a entrega das mercadorias – foram registrados via blockchain, facilitando o rastreamento de carga.
Segundo o vice-presidente da IBM, Ramesh Gopinat, no mundo são transportados cerca de 70 milhões de contêineres anualmente, e a ideia é da IBM é englobar cada vez mais as tratativas desse serviço de transporte no blockchain.
Vantagens
Como vimos, o blockchain pode ser bastante relevante para as práticas logísticas. Então, confira, agora, pontualmente, as suas vantagens:
• Aumentar a rastreabilidade da cadeia de suprimentos
• Reduzir perdas de negociações falsas
• Melhorar a visibilidade e o cumprimento da contratação terceirizada
• Diminuir tratativas que envolvem diversos documentos
• Reduzir custos administrativos
• Facilitar as negociações entre as partes interessadas
• Aumentar a confiança nas contratações
• Fortalecer a reputação da empresa devido a transparência e agilidade
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