A Internet of Things (IoT) é conhecida por muitos como a maior revolução desde o advento da internet. Cada vez mais, vemos crescer o número de dispositivos conectados e sensores ligados à internet, gerando e trocando dados. Hoje, existem mais máquinas conectadas que celulares – são 2,1 bilhões de smartphones no mundo e as máquinas já chegam a 8,4 bilhões de exemplares. Segundo a Gartner, o número de “coisas” conectadas em 2020 deve ser de 25 bilhões, e nenhum setor do mercado está a par dessa inovação, nem mesmo a logística.
As operações logísticas já não são mais as mesmas, afinal, muitas tarefas que antes levavam dias para serem realizadas, como as de controle e gestão, agora podem ser cumpridas em segundos. E, por isso, a IoT tem impactado o dia a dia dos profissionais da área. Além de aperfeiçoar o monitoramento em tempo real de processos e atividades, ela torna mais simples o gerenciamento de processos e o rastreamento de mercadorias e melhora a detecção de falhas.
De acordo com dados divulgados pela Frost & Sullivan no estudo “O Mercado industrial brasileiro de Internet das Coisas, Cenário para 2021”, o mercado de internet das coisas deve alcançar receitas de US$ 3,29 bilhões em 2021, cerca de R$ 10 bilhões. E a DHL e a Cisco relatam que a IoT, ao longo da próxima década, poderá impulsionar o setor de logística em US$ 1,9 trilhão (ou, aproximadamente, R$ 6 trilhões).
Logística 4.0: principais avanços e mudanças
Fala-se muito sobre a relação do Big Data com a IoT, certo? Pois é dentro desse contexto que surge o conceito de logística 4.0. Você já ouviu falar nesse termo?
Assim como a indústria 4.0 levou às fábricas à automatização das suas atividades, a logística 4.0 funciona para as empresas do setor como a principal maneira de otimizar a gestão da cadeia de suprimentos. Por meio da adoção de sensores e programas que conectam máquinas, pessoas e redes, são eliminados desperdícios e alguns gargalos são evitados. É possível ganhar tempo em atividades morosas e reduzir custos da melhor forma, por exemplo.
Tudo isso ocorre por meio de tecnologias e sistemas inteligentes, que tem a capacidade de reunir dados e funcionar de forma automática. A partir deles, grandes estoques e centros de distribuição que antes da IoT funcionavam de forma obsoleta e desconectada, agora são funcionais e disruptivos.
Como consequência, os problemas com erros humanos em atividades de controle e grandes desperdícios de tempo, acabam diminuindo, ou até mesmo desaparecendo. E os transportes e acondicionamentos podem ser gerenciados em tempo real e acontecer de forma integrada.
Confira, a seguir, quais são os principais avanços e mudanças provocados pelo IoT na logística:
1 Eficiência no monitoramento e rastreio de cargas
É possível monitorar o percurso dos caminhões e mercadorias em tempo real, além de determinar a melhor rota para o local em que se encontra a carga, controlando a velocidade do veículo e outros pontos relevantes para uma entrega rápida e segura.
2 Aumento no controle sobre a frota
Com a IoT surge a possibilidade de identificar rapidamente falhas nos equipamentos e manter todas os dados, documentações e revisões atualizadas por meio do agendamento das manutenções preventivas e periódicas de maneira automática.
3 Gestão de estoque simplificada
Algumas tecnologias como os coletores de dados RFID e os leitores de código de barras simplificam a gestão de estoque. A instalação de sensores e leitores de RFID em pontes rolantes e empilhadeiras, por exemplo, permite a rastreabilidade automática para as movimentações dos produtos e equipamentos, focando a automação dos processos de recebimento.
4 Controle e gestão de processos e operações facilitado
Com os sistemas de gestão virtual de estoques e armazéns, como o Warehouse Management System (WMS), ou Sistema de Gerenciamento de Armazém, e o sistemas de gestão como o Transportation Management System (TMS), ou Sistema de Gestão de Transporte e Logística, é possível reduzir custos e otimizar os processos logísticos por meio de automação.
A alta conectividade na logística
Como vimos, a modernização de processos é uma das principais características da IoT e a logística recebe muito bem as suas inovações.
A brasileira Gerdau, por exemplo, já está inserida nesse contexto. A empresa usa RFID (identificação por radiofrequência) para gerir estoques e carregamento de caminhões. No setor do varejo, a Target, assim como a Zara, implantou o RFID em nas suas lojas. No Brasil, empresas como Arezzo, Billabong e Renner já testam a tecnologia de “etiquetas inteligentes”.
IoT: um desafio logístico
Assim como a IoT pode ser a solução para muitos problemas e gargalos logísticos, ela também é encarada por muitos como um desafio. Segundo o relatório ‘The Future of IoT in Enterprise – 2017’, que reuniu a visão de cem organizações globais de transporte e logística entrevistadas pela Inmarsat, 40% dos participantes enxergam os problemas de conectividade como um dos maiores desafios para as suas implantações de IoT.
Os principais pontos que dificultam os processos são habilidades em IoT (54%), integração com sistemas existentes (43%) e conectividade (40%). Porém, mesmo lutando para ter acesso a conectividade que precisam, 96% das empresas de transporte e logística acreditam que o sucesso de suas implantações de IoT se baseie em conexões onipresentes e confiáveis, seguindo, assim, as suas apostas na captura de valor para os seus negócios por meio da internet das coisas.