Das atividades que são responsabilidade do gestor de logística, uma das mais complexas é a análise de viabilidade de utilização de determinados fornecedores de transportes. Esta complexidade deriva de dois fatores principais:
1. Esta escolha está diretamente ligada à realização futura dos custos de transportes;
2. A escolha de um fornecedor pode, ao mesmo tempo, significar a retirada de um outro parceiro de longa data.
São muitas as dificuldades até chegar à conclusão de qual fornecedor é mais viável para determinadas operações. Muitas vezes, o gestor precisa comparar alternativas de fretes com modelos de propostas bastante distintas como, por exemplo, comparações de tabelas no regime de frete peso com tabelas no regime de frete por valor de mercadoria (AdValorem).
Nestas análises, os gestores podem descobrir que tabelas de frete AdValorem podem ser amplamente vantajosas na maioria dos casos, porém, precisam perceber que, à medida que o valor da mercadoria transportada aumenta, o frete valor pode se tornar muito maior do que a tabela de frete peso, por exemplo.
Nem sempre os gestores de fretes conseguem facilmente chegar a estas conclusões, principalmente quando não contam com uma ferramenta para gestão de fretes e simulações de base histórica. Entretanto, destacamos o desafio nestas tomadas de decisões mesmo nos casos em que a empresa tem uma solução.
Como exemplo, vamos citar uma ocasião em que um cliente LINCROS relatou sua dificuldade em torno de definir qual transportadora seria mais vantajosa para uma operação de entregas na região metropolitana de São Paulo. Este cliente disse que realizou simulações de tabelas de fretes de duas transportadoras, sendo uma delas a atual parceira e a outra, uma nova transportadora da qual a empresa havia recebido proposta. Com base nas simulações, não foi possível concluir se era viável a troca da transportadora parceira. E por quê?
Porque a tabela de fretes da transportadora parceira, ao ser utilizada para fretes para alguns destinatários, chegou a ser quatro vezes mais cara do que a tabela da transportadora concorrente que estava ofertando os seus serviços. Entretanto, ao apurar os custos efetivamente realizados de períodos anteriores, descobriu-se que, na maioria dos casos, quando o preço de tabela da transportadora parceira era muito alto em relação ao valor da mercadoria, as empresas convencionavam um valor cotado que se equiparava a padrões de valores de fretes aceitáveis. Em resumo, estavam sendo praticados valores diferentes dos valores de tabela. A simulação não produziu dados confiáveis, pois o que a empresa do cliente praticou com a transportadora parceira no passado foram, efetivamente, valores menores, devido aos processos de cotações que ocorriam no dia-a-dia.
Então a pergunta é: se para uma grande amostragem de fretes era necessário cotar valores diferentes, será que a tabela de fretes negociada era adequada ao modelo de negócios e à parceria entre a transportadora e o embarcador? Com certeza não!
A partir do momento em que uma tabela de fretes não atende determinada amostragem de entregas, o gestor de logística precisa revisá-la no momento da negociação, ao invés de ir resolvendo no dia-a-dia por meio de cotações SPOT. Inclusive porque corre-se o risco de, em algum momento, o operador de fretes deixar de realizar a cotação e a empresa pagar o valor cheio de tabela.
A reflexão que trago é a seguinte: qual é o seu critério de avaliação de transportadoras, valor de frete realizado ou valor de tabela? É preciso definir um parâmetro claro, pois não é possível comparar bananas com laranjas. Pense bem a respeito – e conte com o TMS LINCROS para escolher as melhores alternativas.