No montante de 98 bilhões de reais movimentados pelo varejo no Brasil todos os anos, a parcela das lojas com até quatro caixas aumentou de 34% para 37%, entre 2002 e 2005, segundo dados da AC Nielsen, divulgados na revista Exame.
Ainda com informações do instituto, percebe-se um crescimento da participação do faturamento dos supermercados de vizinhança de 55,5% para 58,1%, entre 2000 e 2002. Esses números evidenciam uma tendência: em vez de ceder ao avanço das grandes cadeias, o pequeno varejo brasileiro está ficando mais forte. Isso representa uma grande oportunidade para gestores que pensam em investir na distribuição para pequenos varejistas.
Na maioria das vezes, essas lojas trabalham com fluxo de caixa apertadíssimo. O valor vendido em um dia costuma ajustar as contas até o mercado abrir novamente. Por esse e outros motivos, a indústria e os distribuidores têm modificado as caixas de produtos, que antes vinham da linha de produção ou do armazém grandes demais para que serem compradas inteiramente.
Se a indústria enviar uma caixa muito grande, com uma quantidade de produtos que não seja rentável para pequenos mercados, o distribuidor tem de abrir as caixas e fracioná-las, mesmo que isso consuma mais tempo, precioso na logística. Uma alternativa que deve ser cogitada são as caixas mistas.
Estas, com produtos de vários tamanhos, para perfi que têm pouco estoque e abastecem a loja a cada semana. Lembre-se que o distribuidor representa um aliado indispensável do pequeno varejista, canal estratégico de distribuição. Dessa forma, ajudar o pequeno varejista a entender como funciona toda a cadeia e como gerenciar melhor o negócio é estratégico para fidelização de cliente.
Cuidados Especiais na distribuição para pequenos varejistas
Um cuidado essencial para se tomar na distribuição para esses pequenos clientes é a organização. Além do layout e camadas dos pallets na carroceria, etapa realizada no carregamento e expedição, ainda no armazém. Como as entregas são do tipo “pinga-pinga”, os pallets dentro do caminhão precisam estar dispostos da maneira mais otimizada possível para que os entregadores percam menos tempo. A sequência de entrega é simples: mercadoria que será entregue primeiro fica mais perto da porta.
Outro cuidado é com a vida útil dos produtos. A negociação com o varejista precisa ser transparente. O giro de produtos em um pequeno mercado é muito menor que o de um grande varejista. A política de vida útil de estoques deve ser pensada de acordo com a necessidade e realidade do varejista.
O dono de um mercado provavelmente não vai aceitar produtos que vencem em menos de uma semana, por exemplo.
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Crédito de imagem: IgorSuassuna/CC