Empresas que trabalham com a distribuição e transporte de alimentos tem desafios diários. Por esse motivo, há diversos processos e etapas a serem seguidos.
Os alimentos possuem muitas particularidades e, por isso, a escolha de transporte para a distribuição destes é essencial e deve ser feita com cuidado.
Peculiaridades no Transporte de alimentos
O transporte de alimentos conta com uma série de perfis de carga, tipos de veículo, transit-time e outras particularidades que impactam diretamente nos custos, qualidade e segurança do transporte.
Cargas Frigoríficas ou Refrigeradas
As cargas frigoríficas exigem um controle extremo devido à necessidade da temperatura ideal do início ao fim da rota. Ainda mais importante, é entender se a empresa ou motorista que realiza essas viagens para sua empresa, cumpre com excelência as exigências necessárias.
As cargas frigoríficas podem ser divididas em dois grandes grupos:
Perecíveis
O transporte de alimentos perecíveis no gerenciamento da cadeia de distribuição, é complexo. Pois devido à curta validade dos alimentos, a carga está exposta a riscos e perdas com o tempo.
É na fase de distribuição que se torna extremamente necessário manter os custos logísticos e os níveis de serviço sob controle.
É importante também considerar fatores desde a saída, até a chegada da carga. No trajeto, os alimentos podem ficar expostos à contaminações externas, como sujeira e a temperatura podem comprometer a qualidade do produto. Para diminuir os agentes externos, é recomendado investir em instalações adequadas tanto para o transporte, quanto para a armazenagem.
Exemplos de produtos perecíveis são, legumes como batata e pimentão. Além de frutas como, bananas, uvas, etc.
Com tudo isso, o transporte não pode ser demorado e as rotas devem ser menos longas. E ainda, é necessário a higienização constante de caminhões e armazéns.
Congeladas
Os produtos perecíveis congelados são os que passam por um processo de refrigeração intenso até a formação de gelo. Esse processo serve para a conservação e qualidade dos alimentos.
São exemplos de perecíveis congelados as carnes bovinas, alimentos congelados como aves, lasanhas, pão de queijo, etc.
O caminhão mais indicado para essa tarefa é o Baú Frigorifico, caminhão que mantém a temperatura entre -15ºC e -20ºC.
Cargas a granel
Os produtos a granel contemplam os alimentos que são encaixotados. Esse tipo de carga se torna mais recorrente em regiões do país onde se encontram fazendas e o agronegócio.
É possível ainda, dividir as cargas em dois tipos: Granel Líquido e Granel Sólido. O granel líquido não é considerado um tipo de carga perigosa. Nesse estilo há o transporte de leite, sucos, entre outros.
Já no Granel Sólido, predomina os insumos fundamentais para a economia brasileira. Estes podem ser arroz, milho, soja, entre outros. Nesta divisão, os caminhões têm as carrocerias abertas e são mais conhecidos como graneleiros.
Cargas Vivas
Outra carga que aparece com frequência nas rodovias brasileiras, é a carga viva. Na grande maioria das vezes é composta por aves, vacas, porcos, entre outros.
É um tipo de transporte que necessita cuidados e treinamento especial dos motoristas ou dos prestadores de serviços da sua empresa. Os caminhões também devem possuir especificações, como, carga fechada e entradas para a ventilação de ar.
Existem leis sobre o transporte de alimentos?
Todos sabemos da complexidade das leis brasileiras, por isso, com o transporte de alimentos não seria diferente. Existem duas principais leis que regem o tema.
PORTARIA SVS/MS Nº 326, DE 30 DE JULHO DE 1997
Esta diz sobre o controle de higiene e uso das atribuições legais perante na área de alimentos preservando a saúde da população. Já na parte que considera o transporte de alimentos, menciona-se que os veículos devem possuir os requisitos necessários para distribuição. Estes podem ser: limpeza, desinfecção, refrigeração, etc.
Já quanto ao armazenamento, diz que, as boas práticas são os procedimentos necessários para conseguir a qualidade dos alimentos. E ainda, há a menção do controle com resíduos para evitar a contaminação e os equipamentos necessários para evitar a putrefação.
RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA – RDC Nº 275, DE 21 DE OUTUBRO DE 2002
Já a Resolução de diretoria colegiada de 2002, diz sobre o regulamento técnico para que as empresas possam lidar com alimentos. No que tange o transporte de alimentos, deve-se ter controle de rótulos, da qualidade das embalagens, meio de transporte, etc.
Desafios do transporte de alimentos
Como podemos ver, independente dos tipos de carga para realizar o transporte de alimentos, existem diversos desafios encontrados pelos embarcadores todos os dias, como:
Atrasos nas entregas
O atraso nas entregas é um agravante perante à validade dos produtos quando se fala da segurança alimentar e transporte de alimentos. É necessário garantir a qualidade da gestão das entregas e por isso, muitas vezes o atraso nas entregas pode comprometer cargas inteiras de alimentos que seriam vendidos, acarretando prejuízos para os produtores.
Falta de visibilidade da rota e segurança da carga
O planejamento de rotas é essencial para qualquer segmento. Mas se torna mais especial no setor alimentício para que possa evitar os atrasos nas entregas mencionados anteriormente.
Com visibilidade de rotas, o transporte deve ser executado com mais eficiência não comprometendo os alimentos ou produtos a serem transportados. Além disso, é essencial garantir a segurança da carga, já que o furto das cargas alimentícias afeta diversas empresas.
Controle de temperatura no transporte
Já sabemos da complexidade das cargas com temperatura, e como consumidores, entendemos sua importância para diminuir o risco de contaminação dos alimentos, bem como, sua vida útil de consumo. Durante o transporte é necessário que os equipamentos de refrigeração funcionem perfeitamente. E ainda, que o controle da temperatura seja controlado e monitorado durante a viagem para a entrega dos alimentos, caso contrário, pode-se comprometer toda a carga por más condições de armazenamento.
Qualidade do produto e shelf life
Para que os produtos estejam em condições prontas para o consumo humano, é necessário estar dentro de sua validade ou em inglês, shelf life. Existem condições especiais que devem ser seguidas e diversas regras a serem seguidas nos veículos de transporte. Por isso, como consumidores é tão importante a verificação de datas de fabricação e validade, bem como, o estado visual do alimento que deve estar íntegro.
No transporte, isso chama atenção ao planejamento do transit time até a entrega, já que existe o risco de que a carga vença antes de chegar ao destino final.
Restrição de multimodalidade
Um dos fatores que pode acarretar diversos custos nas operações logísticas são as restrições de multimodalidade com alguns tipos de produtos. Não há como transportar certos tipos de alimentos por modal ferroviário devido ao tempo de viagem ser mais demorado do que o rodoviário, por exemplo. Fazendo com que a opção principal, e por muitas vezes única, seja a rodoviária.
Contratação de fornecedores de transporte qualificados
É recorrente embarcadores possuírem a centralização de informações gerida por planilhas e tabelas. Processos que trazem morosidade aos processos na operação logística de transportes. Este cenário é comum entre os embarcadores do setor alimentício, devido à quantidade de tabelas de fornecedores de transportes para análise. A contratação de fretes manual, muitas vezes pode ser inviável para certas operações e ainda, ineficiente. Por isso, vale a atenção em cima de análises geradas sobre os processos nesse caso.
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