A logística reversa, também conhecida como logística reversível ou inversa, é o processo de planejamento, implementação e controle da eficiência e eficácia dos custos, dos fluxos de matérias-primas, produtos em curso, produtos acabados e informação relacionada desde o ponto de consumo até o ponto de origem pensando nas operações logísticas. Seu objetivo pode ser recapturar um valor ou realizar a deposição adequada.
Viabilização de coletas e resíduos
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (estabelecida pela lei 12.305 de 2/08/2010), apresenta esse processo com “um instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”.
Qualquer processo ou gestão pós-venda de produtos pode ser relacionado com a logística reversa. Se o produto estiver com defeito e o cliente devolver, por exemplo, a empresa deve organizar a coleta e o transporte da mercadoria defeituosa. Depois, testes são feitos e ocorre a desmontagem, o reparo, a reciclagem ou eliminação da mercadoria. Ou seja, o produto viaja no sentido inverso da cadeia de abastecimento.
Além disso, a prática também está relacionada com a manutenção do ciclo de vida do produto comercializado, desde a fase de produção até o descarte adequado (do ponto de vista ambiental), promovendo sua reutilização ou reciclagem. Essa operação tem como característica construir meios para a coleta e para a devolução dos resíduos sólidos ao setor empresarial, com a proposta de reaproveitar o produto até mesmo em outros ciclos produtivos dentro da própria empresa.
Ela funciona com base em quatro pilares: conscientização dos problemas ambientais; a superlotação dos aterros; a escassez de matérias-primas; as políticas e a legislação ambiental, que sustentam a elaboração de planos de gerenciamento internos com o objetivo de eliminar o descarte incorreto de resíduos.
A logística reversa com foco ambiental no Brasil
Essa preocupação faz parte de um tema bastante vigente no País, sobretudo após a edição da Lei nº 12.305/2010, que defende um meio ambiente sadio e trata a recuperação e recolhimento daqueles artigos que são colocados no mercado, chegam ao consumidor final e são descartados. Conheça um pouco da história:
Foi no final da década de 80 que começaram os estudos mais aprofundados sobre a logística reversa. A área se desenvolveu impulsionada pelas questões ambientais (não somente pelas normas impostas pela legislação ambiental, mas também pela conscientização ambiental das empresas, organizações e organismos públicos).
Em 2010, foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que definiu os princípios, objetivos, além dos instrumentos e diretrizes relativos à gestão e ao gerenciamento de resíduos sólidos em âmbito nacional. O sistema é uma indicação de instrumento para a implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. Ciclo esse que deve ser repensado e levado em conta por todas as empresas que podem exercitar o retorno de embalagens, por exemplo.
Ainda assim, a PNRS impõe a fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de determinados produtos a obrigação de estruturar e implementar sistemas de logística reversa. Aqueles que comercializam pneus; pilhas e baterias; embalagens e resíduos de agrotóxicos; lâmpadas fluorescentes, de mercúrio e vapor de sódio; óleos lubrificantes automotivos; peças e equipamentos eletrônicos e de informática; e eletrodomésticos, são responsáveis pelo recolhimento de seus produtos após o uso pelo consumidor.
Ou seja, os produtores de eletrodomésticos, por exemplo, devem prever como será realizada a devolução, a reciclagem e a destinação ambiental adequada para os produtos, podendo até retornar ao ciclo produtivo da empresa.
Aos consumidores cabe a devolução dos produtos que não são mais usados em postos de coleta específicos, que são determinados pelos comerciantes. Às indústrias compete à retirada destes produtos, por meio de um sistema de logística reversa. E, ao governo, é atribuída a função de criar campanhas de educação e conscientização voltadas para o público consumidor e fiscalizar as etapas da logística reversa aplicadas por todas essas as empresas.
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